quarta-feira, 13 de julho de 2011

O PRINCÍPIO DO INÍCIO


Conheci G. num desses acasos da vida. Um conhecido na internet, destes bate-papos clandestinos me passou seu MSN. “Esse carinha parece ser legal, sempre converso com ele, mas é cismado, nunca o conheci pessoalmente, adiciona aí”. Lord Byron, desde já gostei da personalidade por ele invocada, me transmitia certa densidade e profundidade.

Não demorou muito para encontrá-lo on-line. Conversamos, se eu me lembro bem, pela primeira vez, numa manhã de sábado. Teclamos não muito tempo e trocamos telefones, foi quando pela primeira vez ouvimos a voz do outro. As conversas não precisaram ser muitas, afinal a afinidade e a curiosidade foram sentidos de maneira recíproca.

No dia 17.07.2007, à tarde, nos conhecemos. Lembro-me claramente a primeira vez que o vi, na esquina e de blusa verde indiana. Não o achei feio nem bonito, apenas um cara normal, e isto me atraiu muito. Cumprimentamo-nos, e seguimos rumo ao meu apartamento.

Alojados e escondidos dos olhares curiosos e incriminadores dos transeuntes conversamos um pouco e demos inicio a nossa estória. As tardes regadas a sexo, conversas e Creedance viraram uma constante, quase semanal. Enquanto isso a amizade crescia. As afinidades eram tantas: filosofia, teologia, religião, filmes, etc. Mesmo com pouca idade, 18 anos, G. era detentor de uma maturidade instigante e interessante.

No entanto, naquela época, vivíamos tempos estranhos. Ambos não estávamos preparados para um relacionamento formalizado. Era algo impensável. Nossa conjuntura familiar e social , e até mesmo pessoal, ainda nos aprisionava. Além disso, existia outra barreira: as drogas.  

Estava em meio a fase mais louca da minha vida. Eu e meu melhor amigo, F., tentávamos cheirar toda a cocaína possível que conseguíssemos encontrar e comprar, e estávamos muito ocupados mesmo.

Mesmo assim G. estava ali do meu lado, chegando, tomando ciência desta realidade e conhecendo todas as facetas da minha conflitante personalidade que eu bruscamente o apresentava. A ele sempre serei grato pela força dada nos momentos de rebordose, foi um grande amigo.


Eu e F. éramos como fogo e pólvora, uma combinação mortal. Passamos cerca de uns quatro anos nesta longa festa. Até que um dia F. se formou e saiu em busca de seu destino. Eu fiquei sem a faísca que incendiava meu barril, logo a minha vida também passou a tomar um novo rumo. Nada ocorreu de forma brusca, mas G. já percebia em mim sinais de mudanças.

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